Certo dia, a Margarida estava no jardim da sua escola, quando foi chamada ao gabinete da directora.
- Dá licença? - Espreitou a Margarida à porta do gabinete da directora.
- Pode entrar. – Respondeu a directora.
- Senhora directora, a funcionária disse-me que a senhora chamou por mim. O que se trata? – Questionou a Margarida.
- Gostava de te propor uma coisa. Como sabes estamos próximos do Natal e eu gostava que os alunos desta escola se divertissem e participassem em actividades relacionadas com esta época. – Respondeu a directora.
- Sim, mas não sei o que isso tem a ver comigo. – Disse a Margarida.
- Bem, eu gostava que este ano a festa fosse organizada por ti e pelos teus colegas, gostava que fizessem qualquer coisa relacionada com o Natal, ou uma peça de teatro, ou que preparassem uma canção, sei lá… qualquer coisa divertida. Aceitas este desafio? - Perguntou a directora.
- Tenho de conversar com os meus colegas e depois dou-lhe a resposta. – Respondeu a Margarida.
- Muito bem! Fala com eles e depois informa-me da vossa decisão. – Exclamou a directora.
A Margarida saiu e foi a correr contar aos colegas. Estes concordaram e decidiram que iam fazer algo. Imediatamente comunicaram à directora que ficou muito feliz com a decisão. Iam fazer uma festa com palhaços, ginastas e iam, também, fazer a representação de uma peça de teatro sobre o Natal.
Nesse mesmo dia, a Margarida e o seu grupo começaram a fazer as roupas e a ensaiar a peça de teatro.
Após um longo e árduo trabalho, chegou, finalmente, o grande dia. Estavam muito ansiosos. Chegara o dia de mostrar o trabalho desenvolvido e ver reconhecido o esforço de todos. Mas, as dúvidas começavam a surgir… e se alguma coisa não corresse bem.
Tudo tinha sido preparado com muito cuidado e muita dedicação. Mas o pior aconteceu. Estava a preparar-se o grupo de ginastas para a sua actuação e um dos elementos lesionou-se.
A Margarida ficou desesperada, a sua missão de organizadora de um espectáculo tão esperado por todos começava a dar sinais de fracasso. Como poderia resolver-se este terrível problema a escassos minutos da festa começar?
Vítor, um dos seus amigos, que por acaso nem entrava no espectáculo, disse-lhe:
- Vamos lá ter calma, ainda temos algum tempo, as portas do salão só agora estão a abrir-se, o público ainda está a chegar.
Em tempos, também ele se lesionou e dominado pelo medo, nunca mais se dedicou à prática de exercício físico. Vítor era um rapaz sensato e não gostava de deixar em apuros nenhum dos seus amigos. Resolveu, então, dominar os seus medos e de forma clara e destemida dirigiu-se a Margarida:
-Não te preocupes, assisti a todos os ensaios que fizeram, sei de cor e salteado todos os números que vão ser apresentados neste espectáculo. Está na hora de mostrar que sou capaz. Eu substituo o ginasta ferido. O espectáculo tem de começar, a plateia merece-o.
Todos respiraram de alívio. A Margarida agradeceu a coragem e a atitude de Vítor.
O salão estava repleto. Margarida entrou em cena, dirigiu-se ao público para anunciar o início da festa. Saudou todos os presentes, com muita alegria, e comunicou que esta festa era especial. Não se tratava apenas de celebrar o Natal, o momento tão esperado por todos. Este espectáculo para além de cumprir uma tradição da escola seria um Natal Inesperado.
O público ficou perplexo com estas palavras, todas as pessoas estavam naquele salão para passarem um bom momento, para se rirem com os palhaços, para cantarem, para apreciarem as habilidades dos ginastas. O que quereria ela dizer com um Natal Inesperado? Será que havia alguma surpresa que todos desconheciam e nem sequer desconfiavam? Os mais novos achavam que seria a visita do velhinho das barbas brancas carregado de presentes e guloseimas.
Iniciou-se o espectáculo com a actuação dos palhaços muito coloridos e engraçados. Depois um grupo de alunos tocou uma música original escrita por eles. Estavam todos muito afinados. Seguiu-se o grupo dos ginastas, com acrobacias de cortar a respiração e muito bem coordenados, foi um momento de grande emoção.
Este espectáculo estava a ser um sucesso, veio o intervalo e ninguém tinha vontade de sair do salão.
No inicio da segunda parte, Margarida comunicou que um grupo de alunos iria percorrer o salão e vender rifas para o sorteio de um cabaz de Natal. As pessoas acharam que era aliciante. Assistiam a um belíssimo espectáculo e, com sorte, ainda poderiam levar para casa uma magnífica recordação.
Foi a vez de assistirem à representação da peça de teatro, tudo corria lindamente, as pessoas estavam atentas e comovidas. Os alunos empenhavam-se na encenação do nascimento do Menino Jesus.
Terminada a representação, Margarida juntou-se ao grupo de actores e anunciou a boa nova: todas as rifas tinham sido vendidas e assim, com todo o dinheiro angariado, podiam ajudar a associação Crianças Felizes. Esta associação dedicava-se ao apoio de crianças carenciadas.
A surpresa estava desvendada. Com esta ajuda todos tinham contribuído para que o Natal daquelas crianças fosse inesperado. Podiam ter algo mais que tornasse esta época menos amarga e mais agradável. Mas, a surpresa, ainda, não tinha acabado, o cabaz de Natal tinha saído à dona Maria, uma senhora muito simpática que não hesitou e dou-o à associação.
Mais do que uma festa estes alunos tinham feito uma acção de solidariedade. Esta é a magia do Natal. Tudo se consegue se abrirmos o coração e olharmos à nossa volta com vontade de ajudar, de trabalhar para o bem comum. Tudo fica mais fácil se soubermos partilhar.
A todos um Bom Natal!
Natal 2010, Conto de Natal redigido pelos alunos do 7º ano
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