Há muita gente que não sabe, que nem sequer imagina! Eu vou contar-vos um segredo. Por favor, não digam a ninguém, caso contrário ainda nos chamam tolinhos! E eu sei que posso confiar em vocês. Espero que entendam que o que vou dizer é cem por cento verdade. Aqui vai: as pedras falam! Não é o máximo? Falam de várias maneiras e de várias coisas. Falam para elas próprias, falam sozinhas, falam com as vizinhas… Às vezes até falam connosco, mas falam tão baixinho, que nós nem as ouvimos. E, se estivermos a olhar com muita atenção para elas, elas falam sem sequer falar! Falam através da sua constituição, da sua forma, falam com as suas marcas sobre o passado da Terra… E isto sem sequer abrir a boca! E como é que eu sei disto? Pois bem, eu estava sozinha a dar uma volta pelo meu quintal, a ouvir os sons que me rodeavam – a maior parte eram sons da natureza – quando ouvi uma voz muito fina que parecia sussurrar. Mas não estava. Era uma dúzia de pedras a gritar em plenos pulmões! Estavam a gemer, debaixo dos meus pés. Então, desloquei-os. Julguei estar a sonhar. Mas não. Era bem real. Estava bem acordada. Então pedi-lhes desculpa e começamos a falar. Tentei descobrir mais coisas sobre elas. Perguntei-lhes até se estava a sonhar. A resposta foi um pouco severa, mas cem por cento real. Disseram-me que era perfeitamente normal o que me estava a acontecer e que poucas pessoas as ouviam, porque, a maior parte das vezes, estavam tão distraídas com os seus pensamentos e sempre muito apressadas. Descobri também que as pedras também têm vida. Não é a vida como a conhecemos. É muito diferente. Elas respiram, falam, comem, ouvem, cheiram… Mas de maneiras tão diferentes da nossa que eu nem entendo como é possível. Elas também tacteiam enquanto jovens, mas depois, com as pisadelas que levam, perdem a sensibilidade nos minerais. E sabiam que as pedras morrem? Ah, pois é! Mas não pelos mesmos motivos do ser humano. Morrem devido às chuvas, à erosão, ao vento que separam os minerais das pedras e faz com que elas desapareçam.
Depois desta conversa com estes seres “esquisitérrimos”, a minha mãe chamou-me para almoçar. Disse adeus às pedras e lá fui eu. Durante o resto do dia não pensei noutra coisa.
No dia seguinte tinha aula de Ciências Naturais – eu ando no 7º ano – e, por coincidência, começamos a estudar os fósseis! Estes são restos mortais de seres vivos que ficaram preservados nas rochas, porque resistiram ao passar dos tempos.
À tardinha, quando cheguei da escola, fui falar com as minhas amigas pedras. Falei -lhes da minha aula de Ciências e elas confirmaram tudo o que fora lá dito! E ainda acrescentaram que através das rochas e dos fósseis se pode descobrir a idade de uma rocha, de um fóssil e há quanto tempo o ser vivo desse fóssil existiu ou existe! Explicaram-me também que os fósseis só se formam nas rochas sedimentares, que precisam de algumas condições para o fazerem e que existem vários processos de fossilização. Disseram também que elas, mesmo quando não falam, nos contam a história do passado da Terra, através dos fósseis.
E isto foi o que aconteceu para eu descobrir que as pedras falam.
Só tenho alguma pena que parte desta história não passe de pura imaginação…
Mas mesmo assim as pedras são magníficas! Contam-nos coisas tão maravilhosas sem sequer abrirem a boca!
Ana Isabel Santos, Nº3 7ºA
terça-feira, 10 de maio de 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário