terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Olimpíadas da Leitura - 1ª fase

15 DE DEZEMBRO – 1ª FASE

ALUNOS APURADOS PARA A 2ª FASE:

9º ANO
Cristiana Maia - 9ºC – 186 pontos
Tânia Silva – 9ºA – 160 pontos
Cristiana Neto - 9ºD – 159 pontos

8º ANO
Fátima Ribeiro – 8ºB – 180 pontos
Ângela Carneiro -8ºD – 156 pontos
Julieta Silveira – 8ºC – 148 pontos

7º ANO
Diogo Vieira – 7º A – 154 pontos
Inês Costa – 7º D – 150 pontos
Daniel Ferreira – 7º C – 149 pontos

6º ANO
Nuno Almeida, nº 20, 6ºA – 156 pontos
Mariana Ferreira, nº12, 6ºH – 152 pontos
Duarte Maciel, nº8, 6ºC – 150

5º ANO
Edgar Pinheiro, nº10, 5ºF – 176 pontos
Francisca Delindro, nº 14, 5ºH – 122 pontos
Sofia Martins, nº 22, 5ºG – 156 pontos

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A Fábrica dos brinquedos

Turmas do 9º ano – 2008/2009


Numa pequena floresta, vivia um homem muito forte e grande. As suas grandes barbas quase lhe tocavam no peito e o seu cabelo comprido andava sempre em desalinho. Era um solitário por opção. A vida da cidade esgotara-o e, há alguns anos atrás, decidira retirar-se para um lugar isolado. Visitava a cidade, de vez em quando, para poder adquirir alguns alimentos e dar dois dedos de conversa. Sim, porque ninguém vive completamente só.
Um dia, sentou-se ao pé da janela e viu que nevava. Era Inverno!
A certa altura, avistou pegadas na neve que lhe despertaram a atenção.
Por momentos, lembrou-se das histórias do Pai Natal e do Abominável Homem das Neves que lhe eram contadas em pequeno, mas chegou à conclusão que preferia a encantadora história do Pai Natal.
Ainda um pouco perplexo e intrigado, decidiu seguir aquelas perfeitas, pequenas e misteriosas pegadas. Andou um pouco e avistou uma clareira, envolta de mistério que o deixou um pouco receoso, mas a curiosidade era maior que o medo.
De repente, as pegadas desapareceram e começou a ouvir uns sons fantásticos; uma pequena junção de Beethowen com Mozart e uma pitadinha de Beatles. Sentia que aqueles sons o faziam lembrar algo muito especial, algo que o atraíra em pequeno e que no Natal ainda atrai e provoca alegria a todas as crianças; enfim, um som característico da época natalícia.
Sentiu um “nervoso miudinho” que ia aumentando e, à medida que caminhava, o som era cada vez mais estridente. Subitamente, levou uma pancada na cabeça e ouviu um “Ups!!”, vindo de uma vozinha .
De seguida ouviu um “piu, piu, piu…”( som característico de quem acaba de levar com algo na cabeça) e depois desmaiou.
Quando acordou, viu-se rodeado de seres minimeus que por muitos anos de vida que tivesse, nunca imaginou que existissem tais criaturas. Tinham todos grandes orelhas pontiagudas e olhos esbugalhados, ora azuis, ora esverdeados, todos vestidos a rigor.
Entretanto avistou uma placa que dizia: “Procuramos alguém alto, forte, de grandes barbas e que goste de Coca-Cola”( este último requisito (ter de gostar de coca - cola ) não compreendia, mas com as visitas que fazia, de vez enquanto, à cidade, ele sabia que aquela bebida proliferava ). De seguida, olhou para o lado e avistou ali muito perto uma fábrica para onde aquelas criaturas o arrastaram. Ainda, meio atordoado da pancada que levara, fechou os olhos, e, quando os abriu, estava perante uma situação inimaginável: montes daqueles seres minimeus, que já tinha visto antes, estavam muito atarefados e concentrados no que estavam a fazer, tanto que até nem deram pela sua presença, a não ser, é claro, o grupo que o levara, melhor dizendo, o arrastara até lá . De seguida, ouviu um estrondo, olhou para trás e era a porta que se tinha fechado. Quando olhou para a frente, estavam todos parados a olhar para ele. Assustado e sem saber o que fazer, sorriu. Até que um minimeu se dirigiu a ele e perguntou-lhe se estava interessado no anúncio, pois era o homem ideal. De tão perplexo que estava, nem conseguia responder. Um dos minimeus, que o conduzira até lá, agarrou-o pela mão e levou-o para dentro de uma sala muito colorida. Lá, esperava-o o chefe dos minimeus que propôs ao homem das barbas grandes substituir o Pai Natal, uma vez que este se encontrava doente e os presentes precisavam de ser entregues. O homem aceitou, mas antes quis saber por que razão tinha de gostar de coca-cola, se a sua missão era distribuir presentes. O chefe levou-o para uma sala enorme, onde os minimeus estavam a embrulhar os presentes: latas de Coca-Cola. Continuava a não perceber. Então o chefe explicou-lhe que aquela bebida estava muito na moda e que os meninos em vez de deixarem, junto da árvore de natal, um copo com leite para o Pai Natal beber, como faziam antigamente, deixavam um copo de coca-cola. O homem entendeu, mas, o que não poderia aceitar era que os presentes fossem latas de coca-cola, por isso sugeriu que as trocassem por presentes normais e aquela quantidade de bebida, para não ser desperdiçada, passaria a ser o combustível de toda a maquinaria da fábrica que ajudava na construção dos presentes. Eles experimentaram a ideia que resultou às mil maravilhas!
O rei minimeu, que já era muito velho, convidou-o para ser o rei “Maximeu”. Ele aceitou e os minimeus fizeram uma grande festa com alegria e presentes, antecipando, assim, naquela clareira mágica, o Natal.
Ah! No dia de Natal, o Maximeu desempenhou muito bem o seu papel, entregou todos os presentes pelo mundo inteiro e o Pai Natal agradeceu…

À procura dos duendes

Turmas do 7º ano – 2008/2009

Faltavam poucos dias para o Natal. No Pólo Norte, o Pai Natal andava muito atarefado com a leitura das cartas enviadas pelas crianças do mundo inteiro. Todas desejavam prendas maravilhosas: bolas, aviões, fantoches, uma tenda… e o Pai Natal não queria desapontá-las, por isso dirigiu-se à fábrica dos brinquedos para apressar a sua equipa e fazer o ponto da situação.
Quando chegou à fábrica, deparou-se com um cenário muito estranho. Os duendes não estavam a trabalhar. O Pai Natal aproximou-se e constatou que estes haviam desaparecido. Que situação estranha! Para onde poderiam ter ido? O Natal e a entrega dos presentes estavam em risco.
Desorientado, o Pai Natal abandonou a fábrica e vagueou pela floresta. Estava desesperado e intrigado com o desaparecimento dos seus colaboradores e só pensava nas crianças e na desilusão que lhes iria proporcionar.
Quando regressou a casa, já sem forças, deixou-se cair na sua velha poltrona, mas não conseguiu adormecer, pois estava demasiado angustiado. Tinha de encontrar uma solução e rapidamente.
O Pai Natal já tinha perdido a esperança, quando viu em cima da mesa uma carta. Abriu-a, leu-a e deparou-se ainda com uma publicidade da Toys’r’us. A criança que lhe enviara a carta, sugeria-lhe que fosse à Toys’r’us comprar a sua prenda de Natal caso o Pai Natal não tivesse a sua prenda em stock.
-Já sei!! Vou ao mundo dos humanos procurar essa loja de brinquedos. – disse o Pai Natal. Parte do problema estava resolvido, mas ainda faltava saber o destino dos seus amigos duendes.
Um pouco mais animado, o Pai Natal preparou as suas renas e deu-lhes a morada da Toys’r’us. Como eram muito experientes e inteligentes, as renas não tiveram dificuldade em encontrar a tal loja de brinquedos.
Quando chegou à Toys’r’us, o Pai Natal estacionou o seu trenó e dirigiu-se até à entrada da loja. Nesse preciso momento, alguém o interpelou.
-Pai Natal! Pai Natal! Pai Natal!
O Pai Natal virou-se e viu um menino a chamar pelo seu nome.
-Pai Natal, que fazes aqui? -perguntou o menino.
-Venho à procura das prendas que me pediram este Natal.
-Mas, Pai Natal, as nossas prendas de Natal são feitas na tua fábrica. Não podes comprá-las. Dessa maneira, deixam de ser prendas de Natal. Já não há magia. Estás a entender?
O Pai Natal aflito e confuso, coçou a cabeça e disse:
-Tens razão, assim a magia natalícia deixa de existir. Vamos procurar os meus duendes. – Acrescentou, com muita convicção.
- OK, Pai Natal está combinado! Mas porquê a Toys’ r’ us?- Insistia o menino, sem conseguir desvendar tamanho mistério.
_Recebi uma carta de um tal Humberto.- Disse o pai Natal.
-Espera lá! Disseste Humberto? interrompeu o menino, muito espantado. Mas esse é o nome do dono da Toys’r’us, não conheço, mais ninguém com esse nome, a não ser o rabugento e ganancioso rei dos brinquedos.
-Será que é ele o responsável pelo desaparecimento dos meus duendes? - Questionava-se o Pai Natal, não querendo acreditar que isso fosse verdade.
_ Talvez sim. – Respondeu o menino. Tenho um plano, vamos esperar que anoiteça, para entrarmos na loja sem darem por nada. – Acrescentou muito empolgado.
Ao anoitecer, como combinado entraram. Qual não foi a surpresa, os duendes estavam espalhados pela grande loja a enfeitar as prateleiras, mas completamente estáticos, sem vida.
O Pai Natal não queria acreditar, este Natal iria ser uma desgraça. As cartas não paravam de chegar, as prendas não estavam a ser feitas e os meninos iriam sentir uma enorme tristeza.
Entretanto, o Pai Natal lembrou-se que o seu velho amigo chefe da tribo dos índios Sempralegres tinha descoberto a poção da vida. Rapidamente abandonaram a loja e meteram-se no trenó rumo à aldeia do velho amigo. Quando lá chegaram, foram muito bem recebidos, com uma dança típica da tribo. Depois reuniram-se à volta da fogueira e o velho e experiente índio, sempre amigo e pronto a ajudar, depressa entendeu o gravíssimo problema do Pai Natal e das crianças em geral e sem hesitar prontificou-se a ajudar. Deu-lhe uma parte dessa fabulosa poção mágica. O Pai Natal e o menino voltaram à Toys’r’us, já com enorme à-vontade, pois já conheciam os cantos à casa e, calmamente, durante a noite deram a todos os duendes as cinco gotas da poção recomendadas pelo velho e sábio índio.
Instantaneamente, os duendes ganharam vida, sorriram e perguntaram ao Pai Natal o que acontecera. Ainda o Pai Natal não lhes tinha respondido, quando apareceu o dono da Toy r rus, o Humberto com um ar ameaçador. Mas, o Pai Natal não se deixou intimidar e fez um dos seus saltos, “super”, “hiper”, mega” “ fixes” e o Humberto fugiu amedrontado.
De seguida, os duendes ainda sem perceberem muito bem o que lhes tinha acontecido, dirigiram-se, numa azáfama, para a fábrica de brinquedos e lançaram-se ao trabalho. O duende responsável pela lista de brinquedos era o Bolinha de Mel, o que tratava de encher as bolas era o Resmungão, o que fazia os bonecos de madeira, como aviões e fantoches era o Madeirinha. Todos os outros como o Rebelde, o Brincalhão, o Rezinga, o Despistado, e o Coceguinha faziam os embrulhos e confirmavam os pedidos.
E assim, toda noite, trabalharam afincamente para que todas as prendas estivessem prontas e fossem distribuídas no dia de Natal.

O mistério desvendado

Turmas do 8º ano- 2008/2009


Numa casa humilde, vivia uma família igual a tantas outras.
Uns dias antes do Natal, João e Miguel acordaram, abriram a janela do seu quarto e ficaram a contemplar o branco dos campos.
João era um belo e simpático rapaz, com os seus doze anos e um excelente aluno. Desde sempre sonhara ser detective, como Sherlock Holmes, o seu grande ídolo. Este jovem distinguia-se dos alunos da pequena escola da sua encantadora aldeia, perdida na montanha mais alta do seu país.
Subitamente, João apercebeu-se de algo estranho que se passava lá para os lados da Caverna do Enforcado. Assim se chamava aquele sinistro lugar, devido à lenda que narra a aparição do cadáver do bandido mais temido em toda a aldeia, por causa dos roubos que fazia aos pobres.
- Miguel! Ó Miguel, viste aquele gorro vermelho que saiu dos arbustos em direcção à Caverna do Enforcado?! - Perguntou João muito espantado.
- Como sempre, estás a fazer filmes onde não existem. – Respondeu Miguel, com a distracção natural dos seus oito anos.
- Esquece lá isso! Deve ter sido impressão minha. - Desvalorizou o João, mas, curioso como era, não se conteve e decidiu investigar.
Como já atrás foi dito, o seu sonho desde sempre fora ser detective e aqui estava uma oportunidade única para o concretizar. Única, pois, naquele pacato lugar nada acontecia.
Assim, arranjou umas calças, uns sapatos e um capote pretos. Logo depois, foi ao seu sótão e numa estante viu uma lupa, umas luvas, quatro pinças e outras coisas. João não sabia de quem teriam sido tais coisas, mas, naquele momento, o mais importante era investigar o mistério de há instantes: “a quem pertenceria o gorro vermelho que ele vira entre os arbustos?”
Quando tinha tudo pronto, deu conta de que se esquecera do Miguel! Ele não acreditara em si, mas mesmo assim entrou no quarto para o convidar a participar na investigação. Miguel já estava pronto, e, com um sorriso misterioso deu apenas a seguinte explicação: “Gosto de mistérios.”
João sorriu com satisfação mas, não se podia esquecer que Miguel tinha apenas oito anos e tinha que ter muito cuidado com o irmão.
Combinaram ir de noite, com lanternas. Às vinte horas seria a hora da partida.
Pegaram em agasalhos e, à hora combinada, saíram em direcção à Caverna do Enforcado.
Miguel e João, quando entraram na gruta, estremeceram! Os morcegos eram muitos e, no meio daquela imensa confusão, ouviram uma voz grossa e rouca que perguntou:
- Quem está aí?
Miguel escondeu-se atrás do João aterrorizado.
Aquela voz era a do Pai Natal. Não queria ser visto porque era muito discreto e tímido, mas o vermelho denunciara-o.
Tinha de fugir para o seu esconderijo para que os dois não o vissem.
Durante a fuga uma das botas fugiu-lhe do pé. João e Miguel não desistiam de ir no seu encalço e, de repente, João avistou a bota.
-Miguel, quem terá perdido esta bota?
-Com este cheiro, não sei a quem poderá pertencer! – Brincou Miguel.
Os dois estavam embasbacados. Há pouco tinha visto um gorro vermelho e agora tinham encontrado uma bota. João, entusiasmado, ia recolhendo pistas.
Já era tarde e por isso foram obrigados a regressar a casa. Chegados lá, começaram a fazer o ponto de situação:
- Miguel, estamos em Dezembro, vimos alguém com um gorro vermelho, depois encontrámos esta bota. Não achas que são coincidências a mais? Esta bota só pode ser do Pai Natal!
- Não comeces com as tuas paranóias! – Disse Miguel, incrédulo.
-Não são paranóias, vais ver que eu tenho razão!
-Está bem! Tu dizes sempre isso!
A conversa prolongou-se pela noite dentro mas, os argumentos do irmão não convenceram Miguel.
Passados dias, a azáfama em casa do João e do Miguel era grande. A véspera de Natal tinha chegado e para o João a melhor prenda era desvendar o enigma do gorro vermelho e da bota.
O Miguel tinha-se já esquecido dos acontecimentos passados. Ansiava a chegada dos presentes, mas João não pensava assim; como bom detective que queria ser, não podia deixar aquilo em branco.
No fim do jantar e do convívio entre todos, o silêncio caiu na casa do Miguel e do João. Todos foram dormir. Todos? Não. Alguém esperava ansiosamente para confirmar aquilo que desconfiara.
No entanto, o sono teimava em fechar os olhos do João, e, por fim, conseguiu. No dia seguinte, acordou sobressaltado: “O que acontecera? Que pena! Não pudera confirmar a sua teoria.” Levantou-se, dirigiu-se à chaminé e constatou que alguém havia deixado pegadas. Com a ajuda da sua lupa, analisou-as e reparou que uma das pegadas era a de uma bota e a outra de um pé descalço.
- Eureka! – Gritou o João.
Miguel veio a correr e a perguntar o que acontecera, quando viu o irmão a apontar a lupa para as duas pegadas, dizendo:
- Elementar, meu caro Miguel, há uns dias atrás, quase vimos o Pai Natal!!!
Conto dos alunos do 8º ano

Conto de Natal


TURMAS 6º G,H 2008/2009



A cidade estava toda iluminada. As pessoas, atarefadas, corriam para comprar os últimos presentes pois o Natal estava perto. Uma grande árvore, toda enfeitada, fazia nascer sorrisos nas crianças e lembrava aos adultos que era tempo de paz, amizade, solidariedade…
No meio deste ambiente de alegria e confusão, vagueava uma criança triste e sem rumo que carregava consigo o peso da responsabilidade.
A menina vivia, num pequeno casebre, com a sua mãe que estava muito doente. Ela saía todos os dias de manhã bem cedinho para pedir esmola nas ruas com o firme objectivo de juntar o máximo de dinheiro possível, para comprar os medicamentos que a sua mãe necessitava.
Nesse dia de Inverno, o frio fazia-se sentir com grande intensidade, a criança já tinha calcorreado as várias ruas decoradas daquela cidade. Contrastando com toda aquela euforia natalícia, estava o coraçãozinho da menina, repleto de tristeza. A noite caía de mansinho, quando se aproximou de uma luxuosa casa donde emanava um cheiro a docinhos de natal e a cabrito assado. Como esses aromas eram tão reconfortantes, o cansaço imenso e o frio gelava-lhe os ossos, a menina aninhou-se junto da porta da enorme casa e, sem querer, adormeceu.

Um encontro inesperado



Turmas - 5º A,B,C,D,E,F -2008/2009


O Outono chegava ao fim. As árvores estavam despidas. A relva do jardim começava a ficar amarela devido às primeiras geadas e, nos passeios, ainda se viam alguns tapetes de folhas castanhas, vermelhas e amarelas…
Nessa tarde, Guilherme não tinha aulas e passeava com o seu cão, o Max, ao longo do rio. Ao longe, já se viam as primeiras iluminações de Natal. Max ora corria, ora parava, farejando os troncos das árvores.
De repente, Guilherme ouve um barulho de folhas secas pisadas atrás de um arbusto. Vira-se e julga ver um vulto de cabelo longo e casaco comprido em tons de vermelho a fugir por entre as árvores.
— Estarei a sonhar? Que será aquilo?
Guilherme pensou no Pai Natal, mas ainda era muito cedo. Max abeirou-se do arbusto e começou a ladrar, chamando a atenção do seu dono. Curioso, o rapaz aproximou-se para tentar descobrir o que se passava. O desconhecido fugia com medo do cão. Um pouco à frente, assobia e aparece um trenó que o levou. Guilherme fica quieto e admirado. Nunca vira uma coisa assim.
Chamou o seu amigo Max e decidiu voltar para casa com receio que outra coisa estranha lhe acontecesse. Não contou nada à mãe nem ao pai porque eles não iam acreditar, era imaginação a mais ou sonhos de criança. No dia seguinte, a mãe veio entregar-lhe uma carta que o carteiro trouxera para si. Não tinha remetente, Guilherme abriu, com as mãos trémulas, o envelope vermelho e leu «Esquece o que viste! Não digas nada a ninguém, é um segredo nosso!»
Guilherme olha muito atentamente para a carta e corre para o seu quarto. Lê e relê a mensagem. «É ele!».
Sai apressadamente e volta ao rio, sempre acompanhado do Max. Procuram vestígios da presença do vulto.
- Max, vamos seguir os sulcos do trenó!
O cão depressa sente o cheiro das renas. Guilherme e Max lançam-se numa correria estonteante.
Correram, correram, correram.
A certa altura, começou a chegar até eles uma música de Natal. Guilherme, curioso, aproximou-se. E o que viu ele? Viu um homenzarrão vestido de vermelho e branco.
- Guilherme! Ainda bem que vieste! Estou a precisar de ti. Os meus amigos duendes adoeceram. Não tenho quem me ajude a angariar as prendas para a noite de Natal. Vens comigo? – convidou o Pai Natal.
-Sim, claro – respondeu Guilherme, entusiasmado – Anda Max, vamos com o Pai Natal!
Quando chegaram à Lapónia, era mesmo como nos filmes, neve da altura do Max, muitas luzes, gente muito atarefada e simpática…. Dirigiram-se para a loja. Guilherme, excitado, embrulhava presentes e Max metia-os num saco preto enorme, enquanto o Pai Natal, com grande concentração, programava as máquinas dos brinquedos. Após duas horas de trabalho intenso, o trabalho estava feito. Guilherme conseguiu substituir os duendes!
- Já terminámos, vou-te levar a casa. Os teus pais pensam que tu estás no jardim.
- Já? - exclamou Guilherme, triste por a aventura durar tão pouco.
Na despedida, caíram algumas lágrimas e o homem de fato vermelho e barba branca prometeu dar-lhes um presente especial.
Foram estes momentos que tornaram o Pai Natal inesquecível para Guilherme e Max.



Turma responsável pela ilustração: 5º E

Natal solidário


5º ANO – TURMAS G, H, I, L e M


Novembro chegara. O sol continuava a brilhar, já menos forte, mas dando às cores maravilhosas das folhas das árvores uma grande beleza. O Natal ainda vinha longe, mas os meninos não paravam de pensar nele. Estavam ansiosos.
O Natal nunca mais chega – pensavam eles.
Perguntavam à professora, aos pais, a toda a gente quanto tempo faltava para a noite de Natal. Sonhavam com os presentes que iriam receber e pensavam no que poderiam fazer para que todos tivessem Natal – os doentes, os velhinhos, os mendigos e mesmo os meninos da sua idade muito pobres que, certamente, não iriam ter nenhum presente.
Depois de muito conversarem uns com os outros, resolveram contar tudo à sua professora e pedirem-lhe ajuda para organizar com eles algumas actividades com que concretizassem os seus desejos.
Na aula seguinte, os alunos organizaram-se em grupos para pensarem bem nas tais actividades que poderiam ajudar a tornar o Natal triste e amargo, de alguns, num Natal mais doce e agradável. Passado algum tempo, o porta-voz de um dos grupos pediu a palavra e, com entusiasmo, disse:
- O nosso grupo sugere o “Cantinho dos Presentes”.
- Gostaria de perceber a vossa intenção! És capaz de explicar? – perguntou a professora.
- A ideia é cada um de nós oferecer uma peça de vestuário, ou de calçado, um livro, um chocolate, um brinquedo … e fazer crescer um monte de presentes no “Cantinho”.
Todos ouviram esta sugestão e, imediatamente, os diferentes grupos de alunos levantaram a mão, a pedir a palavra, para também poderem expor as suas ideias à turma.
- Nós propomos – disse o porta-voz de outro grupo – escrever uma carta e enviá-la às pessoas mais ricas da nossa cidade, pedindo-lhes ajuda em dinheiro, roupas, ou donativos, depois fazemos a recolha de todos os bens e distribuímos pelos mais pobres.
Os outros alunos acharam uma óptima ideia.
A professora também concordou e disse:
- Também considero que é uma boa proposta e que pode resultar bem. E vocês aí ao fundo, qual é a vossa proposta?
- Senhora professora, a nossa ideia era proporcionar um jantar de Natal para os “sem-abrigo”. O que nós pensamos foi pedir a colaboração dos escuteiros, dos bombeiros, de supermercados e de um restaurante da nossa cidade…

- É também uma óptima ideia! Como tencionam pô-la em prática? Já pensaram nisso? – questionou a professora .
Já temos uma proposta, senhora professora. Vamos dividir-nos em grupos de dois alunos, pedir a colaboração dos nossos pais e contactar as instituições para nos apoiarem e dar aos “sem-abrigo” um Natal mesmo especial – disse o porta-voz do grupo com entusiasmo.
- Muito bem! Estou a ver que vocês já têm tudo muito bem pensado. Mãos à obra!
- Vamos começar já amanhã – disseram com alegria.
No dia seguinte, os alunos não tinham aulas da parte da manhã. Levantaram-se bem cedinho e começaram a colocar o seu plano em prática.
Nessa manhã, as crianças conseguiram contactar várias entidades da sua cidade, nomeadamente, os bombeiros, o grupo de escuteiros e, até mesmo, o proprietário de um dos melhores restaurantes da cidade. Todos eles se deixaram cativar pelo entusiasmo e espírito de solidariedade daqueles meninos e meninas.
Os bombeiros puseram à disposição das crianças e da sua professora o seu polivalente para aí fazerem o jantar de Natal para os “sem-abrigo” e prometeram que, nesse dia, tratariam de montar as mesas e as cadeiras. Os escuteiros disponibilizaram-se para confeccionar esse jantar tão especial e ajudar as crianças a servi-lo, para já não falar, claro está, da animação. Festa sem animação não seria festa. O dono do restaurante também não se fez de rogado e doou todos os produtos necessários para confeccionar um jantar de Natal digno de um verdadeiro rei.
Mas as crianças ainda não estavam completamente satisfeitas, achavam que faltava alguma coisa. Eram os presentes! Aproveitando os tempos livres que tinham, pensaram pedir donativos para comprarem pequenas lembranças e oferecerem aos “sem-abrigo” no grande dia.
Decidiram encontrar-se no jardim principal da cidade, para combinar o roteiro a seguir. Cada grupo partiu na direcção combinada, começando a pedir ajuda a todas as pessoas… De repente começaram a ouvir-se sinais de mensagem nos telemóveis. Todos leram a mensagem: “Voltem ao jardim! Tenho uma solução fabulosa. Despachem-se!”
No jardim começaram a aparecer os grupos e todos muito curiosos. Um dos amigos tomou a palavra e contou o que acontecera:
- O nosso grupo descobriu que quem ganhasse o corta-mato de Natal receberia mil euros. Vamos participar?
- Sim! Se ganharmos teremos dinheiro suficiente para os presentes…
- Podemos pedir ajuda ao nosso professor de Educação Física e ficaremos bem preparados!
Chegou o grande dia. Que agitação! Correr por uma causa. Era o máximo!
Dado o sinal de partida, depressa se verificou que o grupo de amigos estava bem preparado e rapidamente ocupou o primeiro lugar.
- Ganhámos!
Foi com enorme alegria que receberam o prémio e compraram as lembranças para os “sem-abrigo”.
Que bom poder dar um Natal mais feliz àqueles que, normalmente, o passam sozinhos, ao frio, só com a alegria e o “calor” da luz das estrelas….

Era uma vez ...no Natal

7ºA,B,C,D -2009/2010


Era Inverno, a aldeia estava coberta de neve. Em quase todas as casas, uma lareira estava acesa.
As pessoas que viviam na aldeia não eram muito ricas, pois as crianças não tinham brinquedos e nem jogos para brincar.
Um homem, um pouco já de idade, de barbas brancas e barrigudo, que andava a passear pela aldeia, viu crianças tristes e descontentes por não terem brinquedos para brincar. Esse senhor chegou à sua casa humilde e disse para a sua mulher:
- Sabes, tenho pena das crianças da nossa aldeia!
- Porquê? – perguntou a sua mulher.
- Porque não têm os brinquedos que gostavam de ter para brincar, nem jogos para jogar.
- Temos de fazer alguma coisa! – exclamou a mulher.
- Tens razão! – disse o marido.
O casal pensou, pensou, mas nenhum dos dois chegou a uma conclusão, até que o marido disse:
- Tenho uma ideia!
- Que ideia é essa?! – perguntou a esposa, admirada.
- Vou fazer brinquedos para meninos e meninas.
- É uma óptima ideia!
O homem foi buscar madeira, barro, plástico e outras coisas que podia arranjar.
Com a ajuda da sua mulher, começou a fazer brinquedos e jogos simples. Foi nessa altura que a mulher teve uma ideia:
- Eu acho que podias ir vestido com alguma fantasia!
- Tens razão, já tenho uma na minha cabeça.
- Ai sim, qual?
- Vou vestido de vermelho, e como estamos no Natal, podia ir de Pai … de Pai …Natal! – exclamou com orgulho!
- É uma óptima sugestão!
- É isso que eu vou fazer! Na noite de Natal levo um saco enorme e, pelas chaminés, deito os brinquedos.
- És maravilhoso, estou orgulhosa de ti, meu marido!
E foi assim, o combinado.
Na noite de Natal, algo aconteceu!
Seis veados estavam à porta da humilde casa do casal e, aí, o senhor teve outra ideia:
- Com um trenó velho, feito de madeira, eu posso prender os veados pelas correias do trenó e eles podem transportar-me.
- Só tu tens ideias maravilhosas! – exclamou a mulher.
O casal fez o que o homem tinha dito e ficou tudo uma maravilha.
Nessa noite de Natal, o senhor de idade e um pouco pançudo, de barbas brancas, foi um óptimo Pai Natal.
No dia seguinte, dia de Natal, todas as crianças estavam muito contentes com os seus maravilhosos brinquedos.
O casal feliz, passeando pela aldeia, olhando para as crianças, a mulher disse:
- És fantástico, tens de fazer isto, noutros anos.

Um Natal diferente



9ºA,B,C,D 2009/2010

As férias de Natal tinham chegado. Faltava uma semana para o grande dia. Como sempre, estas férias eram muito esperadas pelas famílias, em especial pelos mais novos. Os sinais desta época eram bem visíveis: a neve branca e fria, que leva miúdos e graúdos ao exterior para se divertirem, as casas enfeitadas com luzes e adereços natalícios e a preocupação das pessoas em comprar presentes para oferecer a toda a família, na noite da consoada.
Numa aldeia do interior vivia a família Brandão, que era constituída por seis elementos: duas crianças, Maria João, a filha mais velha, Carlos, o filho mais novo, os pais e os avós maternos.
Este Natal ia ser diferente para esta família, visto que recebera um convite: passar a consoada numa cidade do litoral do Brasil, com familiares lá emigrados.
Era certo que ia ser uma experiência nova, já que para eles o Natal é sinal de tempo rigoroso de Inverno, mas também era uma boa maneira de descobrirem outras tradições, neste caso num país quente, em pleno Verão!
Em casa desta família abundava a alegria e o anseio pela ida, principalmente por parte dos benjamins. Sabendo que iam viver o Natal no Brasil, totalmente diferente do dos colegas, era para eles um motivo de grande agitação e orgulho.
O tempo quase não passava devido ao entusiasmo que sentiam por andar de avião pela primeira vez na vida, embora estivessem preocupados com o que poderia acontecer, principalmente os pais. Nunca tinham voado, muito menos ido ao Brasil.
O Carlos estava super entusiasmado, pois fazia-lhe confusão a ideia de passar o Natal com o calor de Verão.
Na véspera da partida, a casa estava num autêntico rebuliço, os pais corriam de um lado para o outro para conseguirem organizar tudo, os miúdos não paravam um segundo a tentarem ajudar e até os avós se sentiam cansados com tanta agitação.
Cerca das dezanove horas, quando tudo parecia já estar tranquilo e arranjado, tocaram à campainha.
A mãe abriu a porta e deparou-se com um homem com muito mau aspecto, que lhe pediu um copo de água. O homem estava com as roupas todas rasgadas, todo sujo, cheio de frio e a chorar.
Perante tal cenário, Sara chamou o marido para ver o estado do pobre homem. De imediato, Joel convidou-o a entrar.
Os filhos ao presenciarem esta cena ficaram assustados e fugiram para os seus quartos. Os avós não queriam acreditar no que se estava a passar e estavam curiosos para ver o que Joel iria fazer.
Sara questionou o marido para saber o que estava ele a fazer.
Joel com muita calma dirigiu-se à cozinha, regressou com um copo de água e ofereceu-o ao estranho homem.
De seguida limpou-lhe o rosto com um pano molhado em água quente e levou-o para a casa de banho. Lá, depois de um bom banho, ofereceu-lhe roupas suas em troca dos trapos que o pobre homem vestia.
Quando regressaram à sala, Sara ficou admirada com o estado do homem e com o próprio marido. Perante esta reacção Joel apenas lhe disse:
- Mais importante que umas férias no Brasil ou uma decoração natalícia é o simbolismo do Natal. O verdadeiro Natal, o Natal de solidariedade para com os outros, a ajuda aos que mais precisam.
Sara ficou sem palavras.
De seguida, foram chamar os filhos aos quartos e, descansando-os, disseram-lhes que o homem era inofensivo.
Enquanto desciam, Sara perguntou a Joel:
- E agora?
Joel não deu muita importância à pergunta e apenas encolheu os ombros.
Apesar de não ter dito nada, todos sabiam que a viagem ao Brasil estava em risco e, por isso, ficaram muito tristes. Sara não concordava com o silêncio do marido, mas resignara-se. Os avós, sem perceberem a razão de tal comportamento, perguntaram:
- Joel, o que vais fazer?
Este respondeu-lhes:
- Qualquer decisão que eu tome não é fácil para ninguém… O homem pediu-me ajuda e alojamento, pois parece que não tem família.
-Está bem, contra isso nada. Não ias deixar o pobrezinho na rua, mas estás a pôr a hipótese de não fazermos a viagem?
-Nada está decidido...
Após esta conversa, Joel foi para o seu quarto e pensou numa solução, enquanto todos, na sala, aguardavam.
Sara estava impaciente, os miúdos irrequietos, os avós ansiosos e assim era o ambiente que se vivia naquela casa.
No quarto, Joel, andava de um lado para o outro e as horas iam passando...
Passadas mais ou menos duas horas, Joel teve uma ideia e desceu para a sala, para a contar.
-Já tomei uma decisão.
Em uníssono perguntaram:
- Qual?
-Sempre vamos fazer a nossa viagem.
A alegria espalhou-se na sala e isso era bem visível. As crianças começaram a correr, saltando de um lado para o outro e dizendo “Brasil, aqui vamos nós!".
Os avós levantaram-se do sofá e ainda entontecidos, pois durante a espera tinham aproveitado para fazer uma bela soneca, perguntaram “ E então, já temos veredicto?”
Mas, de repente, todos pararam a pensar no pobre homem, que encolhido a um canto, não proferia palavra.
Sara perguntou:
- Joel, e o homenzinho? Onde vai ficar?
Joel com um sorriso na cara disse:
-Ele vai connosco.
E, assim, no dia seguinte, depois da casa arrumada e das malas à porta, as crianças, os pais, os avós e o Ernesto, o inesperado hóspede, já na porta, lançaram o último suspiro para dentro daquela casa.
Todos estavam radiantes. Ia ser único este Natal.
A chegada ao aeroporto foi um momento especial, finalmente iam realizar um sonho – voar como os pássaros!
Ernesto mal se instalou no avião disse para os seus botões:
- Nunca subi tão alto na vida, principalmente em felicidade! e não conseguiu controlar uma lágrima que não passou despercebida a Maria João que carinhosamente lhe sorriu.
Estavam prontos para a tão desejada, mas temida aventura.
Durante a longa viagem o tempo foi passando entre as orações dos avós, a soneca de Joel, o nervosismo de Sara, o sonho de Ernesto que mesmo acordado não parava de imaginar como seria se fosse ele o piloto do avião e a curiosidade e atenção dos miúdos em relação a tudo o que se passava à sua volta.
A tão desejada hora chegou, desembarcaram. Que emoção! Tinham cruzado o imenso oceano, estavam para além do horizonte tão distantes da sua casinha e da sua vida de sempre.
Estava um dia radioso e o reencontro foi emocionante. O avô João já não via há muitos anos Joaquim, o irmão aventureiro que um dia rumou ao novo mundo em busca de uma vida mais confortável.
A família tinha crescido, as pessoas estavam diferentes, mas sempre unidas, apesar de afastadas pela distância física.
Ernesto sentia-se estranho, sentia-se a mais naquela família.
Instalaram-se em casa de Joaquim, a felicidade transbordava. Ernesto percebeu o desejo desta família em celebrar junta o Natal. Era sem dúvida um Natal diferente para todos. A família Brandão estava feliz.
Ernesto sentia o calor humano e percebia o verdadeiro sentido da palavra família.
Vivia-se em pleno o espírito natalício.

9º Ano, Natal 2009

O velho e os duendes

No alto de um monte, morava um velho agricultor.
Tinha os cabelos grisalhos e encaracolados, e os olhos verdes transmitiam imensa bondade.
A casa tinha janelas de madeira, em forma de coração. As cortinas transparentes esvoaçavam ao vento. Os quartos pequenos estavam cheios de lembranças e de tapetes macios e em todos os compartimentos da casa se podiam ouvir os sons da natureza. À volta da casa, cresciam miosótis e dálias que coloriam o ambiente. Mas havia quem dissesse que a sua casa era “decorada” mesmo pela generosidade.
O velho passava o tempo a trabalhar a terra. E, no pouco tempo que lhe restava, gostava de ver os seus álbuns com fotografias do passado. Tinha tido uma família numerosa, mas o destino fizera com que, aos poucos, ficasse só.
Bem, Completamente só não estava, pois as crianças que viviam nos arredores conheciam aquele velho, pois este, todos os anos, pela altura do Natal, costumava distribuir uns miminhos pelas crianças. Porém, naquele ano, as colheitas tinham sido devastadas pelo mau tempo e os celeiros estavam vazios, por isso o dinheiro escasseava.
Dezembro aproximava-se e ele andava muito pensativo. Sentou-se na sua cadeira de balanço e começou a pensar como ia dar prendas de natal às crianças, se quase nem tinha para comer.
Sentia-se inquieto, por isso levantou-se e resolveu andar um pouco. Tinha dado alguns passos, quando sentiu que alguém o perseguia. Mas pensou que não passava de pura imaginação e logo continuou o caminho. De novo aquela sensação estranha de que alguém o observava. Virou-se de repente e apanhou um ser pequenino e verde em flagrante.
-O que queres tu?
- Li os teus pensamentos e sei qual é a tua preocupação. Como estamos com um problema no mundo dos duendes, pensámos que podemos ajudar-te e ajudando-te acabamos por resolver o nosso problema
-Mas isso que me estás a dizer é um enigma! Não podes explicar melhor?
-Não digo mais nada. Terás uma semana para descobrir.
Vemo-nos daqui a cinco dias e durante este período de tempo vamos dar-te algumas pistas que te irão ajudar a descobrir aquilo que chamas de enigma. Até lá!
- Mas… e se não descobrir? - Perguntou o velho.
Mas o duende já não o ouviu. Tinha desaparecido. O velho foi para casa. A noite caiu. Não conseguia adormecer. Como é que ele, ajudando os duendes, iria resolver o seu problema com os presentes das crianças?
O tempo passava com uma rapidez alucinante e o velhote muito longe de resolver o enigma.
Mas, na sua imensa misericórdia, os duendes resolveram dar-lhe algumas pistas. Escreveram-lhe uma carta onde contaram o problema que tanto os atormentava, e logo que terminaram de o fazer, colocaram a carta debaixo da porta de entrada da casa do velho.
Depois de ler a carta, o velho apercebeu-se afinal que o problema dos duendes era exactamente o mesmo que o seu: a falta de dinheiro!
_ Mas como vou eu ajudá-los, se mal tenho dinheiro para comer?! – Questionou o velhote.
Um dia em que andava a passear, apareceu-lhe aquele ser pequenino e verde que lhe contou que a fábrica dos brinquedos onde eles trabalhavam tinha ido à falência e que, com sorte, não seria necessário dinheiro para a reabrir. O duende explicou ao velho que apenas precisavam do seu trenó, pois era a única coisa necessária para conseguirem dirigir-se à loja de brinquedos.
Já só faltavam três dias para chegar o Natal; todos desesperavam, mas não desistiam. Foram a todas as lojas de brinquedos que viram, procurando todos aqueles brinquedos estragados que, provavelmente, seriam para deitar ao lixo. Quando terminaram de recolher todos os brinquedos estragados, regressaram à fábrica dos duendes e começaram a repará-los para poderem ser distribuídos pelas crianças. Mas apesar de todo aquele esforço ainda faltam alguns pormenores e o tempo já era escasso.
A agitação na fábrica dos brinquedos era enorme, mas a confiança no trabalho uns dos outros imperava.
- Ai, esta falta de tempo … - Queixou-se o velho.
- O tempo é nosso inimigo – Concordou um duende.
- Vamos conseguir! - Animou uma terceira voz.
Com esforço, ou melhor, com muitíssimo esforço, conseguiram aprontar os presentes.
Eis que chega o dia… presentes em cima do trenó e …Cá vamos nós!
O velhote como não era experiente a comandar o trenó e as renas tinham estado doze meses sem trabalhar, as primeiras horas foram complicadas.
Logo na primeira chaminé, azar dos diabos, o velhote, agora transformado em Pai Natal, não cabia. Mas, uma das renas, o Rodolfo, lança-lhe um feitiço e sem contar…
Pumba… Pai Natal pela chaminé abaixo.
- Ai, até a mim, me doeu! – Riu o Rodolfo.
- Bolas, o meu rabo! – Queixa-se o Pai Natal.
De seguida, todo enfarruscado, o Pai Natal coloca os presentes na lareira e sai rapidamente dali, quase irreconhecível.
Como estão a ver, a noite foi longa, com um ou outro percalço. Finalmente, estavam os presentes todos entregues e a satisfação espelhava no rosto de todos.
- Agora é a nossa vez de festejar o Natal. Convido-vos a todos, a passá-lo na minha humilde casa, pois sem a vossa preciosa ajuda, este ano não tinha sido possível satisfazer os desejos de cada criança.
E a cantar dirigiram-se para a casa do velho. Todos tinham compreendido que o verdadeiro espírito do Natal está no coração de cada um, na alegria de levar felicidade a todas as crianças do mundo.

8ª,A,B,C,D
2009/2010

Um irmão no sapatinho


O calendário indicava 18 de Dezembro. As crianças faziam bonecos, jogavam, divertiam-se, mas os adultos perguntavam-se: “ Será que este terrível nevão não acaba tão cedo?!” Realmente a paisagem era branca, branca; fria e branca, com caminhos marcados com pegadas de pessoas e animais e de longe a longe uma telha vermelha de uma casa mais alta ou uma mancha verde de um pinheiro bravo espreitavam por entre a neve.
Sentado no sofá, ao lado da lareira, o Luís falava ao telemóvel:
- … acredita, este ano o meu pai e eu é que vamos preparar a consoada. Vamos cozinhar o bacalhau, cozer as batatas e as couves e fazer rabanadas…não te acreditas mas é verdade… a minha mãe e a minha avó vão ficar na sala a ver televisão … ah!, Ah! Divertido não achas?
Toc, toc… alguém bateu à porta.
- Com quem estavas a falar, Luís? – perguntou a mãe
-É com o meu amigo Filipe que vive na ASAS.
- Não queres convidá-lo para vir passar a tarde contigo?
- Claro, eu adoraria! – respondeu o Luís entusiasmado – mas mãe não te esqueças, tens que ser tu a telefonar para pedires autorização à directora.
A Assistente Social autorizou-o a sair, pois conhecia muito bem a mãe do Luís. Os dois rapazes brincaram na neve fria, fresca e fofa como algodão até à hora do lanche. Acabaram de lanchar e o Filipe teve de ir para casa.
À noite, durante o jantar, o Luís ganhou coragem e contou o seu sonho. Contou que as tardes mais divertidas eram aquelas em que o Filipe estava lá em casa, que os fins-de-semana sem ele eram muito aborrecidos, passava o dia todo no computador ou a ver televisão e a casa ficava triste, parecia uma casa habitada pelo silêncio. Os dias de festa eram poucos animados, só havia adultos e conversas sérias, apesar de algumas brincadeiras da mãe…
No dia seguinte, Luís perguntou à mãe se o Filipe podia passar o Natal lá em casa, assim era mais um homem para ajudar. A mãe concordou, mas era preciso pedir aos pais de acolhimento do Filipe, já que o Natal era um dia para a família.
Na segunda-feira, na escola, o Luís estava ansioso por contar a novidade ao Filipe. É evidente que o Filipe também gostou da ideia.
O pior veio à noite. O Filipe não ia poder passar o Natal lá em casa, não por causa dos pais porque, afinal, o Filipe é órfão de pai e mãe (morreram os dois com SIDA há dois anos), mas porque há uma família de acolhimento que costuma levar o Filipe nas férias para casa deles. Esta família é muito especial, são estes senhores que pagam a educação do Filipe.
Não imaginam como ficou o Luís quando soube. Fechou-se no quarto e pensou na sua triste vida de filho único, «Quem me dera ter um irmão, que triste não ter ninguém! Mais um Natal de adultos! Afinal o Natal é para as crianças, mas a prenda que eu mais queria nunca a vou ter!»
Como de costume a família Silva veio buscar o Filipe à instituição ASAS. Eles estavam diferentes, mais felizes, e, por isso, o Filipe estranhou. Quando chegaram a casa, o Filipe telefonou ao Luís:
- Olha Luís, já cheguei a casa dos meus pais adoptivos! É muito grande!
- Ainda bem que gostas da casa – disse o Luís.
- Mas eles estavam um pouco esquisitos.
- Esquisitos como?
- Parecia que tinham uma certa coisa para me contar.
- Mas isso não interessa agora, o que interessa é que tu estás feliz!
- Pois é !
- E tu estás bem?
- Sim.
- Pronto, até amanhã. Adeus.
- Amanhã liga o PC às dez. Adeus.
Decidiram que apesar de estarem longe um do outro podiam falar através do computador. Todos os dias o Filipe falava com o Luís para lhe contar as novidades que lá se passavam. Assim nunca se sentiam tristes, nem sozinhos. Como o Luís e o Filipe estavam sempre a falar um com o outro, a semana passara rapidamente.
O Luís entristecia por o Natal estar a chegar e ele estar sozinho, pois seria novamente uma noite aborrecida, de adultos, como nos Natais passados.
Era véspera de Natal, e como os dois amigos estavam atarefados não falaram um com o outro durante todo o dia. O Luís, como tinha dito ao Filipe, estava a ajudar o pai com os cozinhados. A mãe só ajudara com as rabanadas, pois o pai não as sabia fazer. No sofá, a mãe e a avó falavam baixinho. O Luís estava a achar estranho a mãe não estar a falar normalmente, parecia que estava a guardar um segredo ou uma surpresa. O jantar foi delicioso e a mãe elogiou ambos: o pai e o Luís. Logo a seguir a mãe questionou:
- O que é que gostavas de ter para o Natal, Luís?
- Um irmão era a prenda ideal! – respondeu o Luís.
- Se calhar até estás com sorte.
Foi então que a mãe deu a boa-nova ao Luís: ia ter um irmão!!!
O Luís, de tão contente que estava, foi logo contar ao Filipe. Telefonou-lhe para lhe dizer que a mãe estava à espera de um bebé. O Filipe ficou muito contente porque sabia que o seu amigo queria muito ter um irmão, mas o Filipe também tinha uma novidade para dar ao seu amigo. Anunciou-lhe que ia ser adoptado pela família Silva que o levava para casa em todas as férias. A família de acolhimento passaria a ser a sua verdadeira família. Apesar de satisfeito, o Luís notou alguma tristeza no tom de voz do Filipe e questionou:
- O que se passa contigo?
- Estive a pensar que gostava de partilhar esta alegria com os meus amigos da instituição!
- Ah!!! Pois é, tens razão.
- O que é que eu faço?
- Hum … Deixa-me pensar!
- E se nós passássemos o resto da noite de Natal na instituição com os teus amigos! O que me dizes? – interrogou o Luís.
- Até pode ser. Vou já sugerir isso ao Sr. Silva … ao meu pai.
- Claro!!! – disse o Luís.
Falaram com os respectivos pais e a resposta foi afirmativa.
Os pais do Luís acrescentaram:
- Temos de avisar a directora da ASAS.
- Está bem – respondeu, feliz, o Luís.
A directora concordou e pediu para eles levarem o bolo rei.
Em vez de um sonho foram realizados vários. Se calhar o Natal existe!
6ºA,B,C,D,E,F,
2009/2010

Onde estão as renas do Pai Natal

Alunos do 7º A,B,C,D - 2007/2008

Na antevéspera de Natal um grupo de amigos Daniela, Rita, Pedro e Miguel resolveram ir ao Jardim Zoológico de Lisboa. Estavam todos ansiosos com a visita, pois sabiam que iriam encontrar animais de várias espécies.
Assim que chegaram, Pedro reparou num velho de grandes barbas brancas, todo sujo e mal vestido.
O grupo ficou muito intrigado e curioso, por isso decidiu ir falar com aquela estranha pessoa. Perguntaram-lhe quem era, de onde vinha e o que fazia ali.
Muito tímido, o velho respondeu-lhes que era o Pai Natal, que vinha de muito longe e que estava ali para procurar as suas amigas renas, que tanto amava e que tanta falta lhe faziam, pois sem a sua preciosa ajuda muitas crianças iram ficar sem receber os seus presentinhos na noite especial.
Daniela, como gostava de aventuras, ofereceu-lhe toda a sua ajuda para encontrar as preciosas renas.
Os amigos também quiseram ajudar e, discretamente, deram uma volta pelo Jardim Zoológico. Depois de tanto percorrerem o jardim, ouviram um empregado a combinar com o director um encontro secreto, às treze horas e trinta minutos, numa fábrica situada ali perto.
O Pai Natal, a Daniela, a Rita, o Pedro e o Miguel decidiram partir imediatamente para esse local.
A fábrica tinha um aspecto velho. Estava um camião preto estacionado ao portão. O portão, amarelo e já descascado, estava encostado. Do interior ouviam-se barulhos, ao fundo viam-se algumas máquinas velhas. Da chaminé gigante saía um fumo negro.
Estes aventureiros foram entrando e sem que alguém desse por eles, conseguiram chegar a uma zona mais escondida, onde o director do Jardim Zoológico e um homem de aspecto cómico conversavam:
- Onde estão as renas? - perguntou o director.
- Ainda há pouco tempo estavam por aqui… - respondeu o homem.
O director desconfiou que elas tinham desaparecido e ordenou:
- Jacaré! Vai imediatamente procurar as renas!
- Vou…vou já…vou já…já…a correr…muito - disse o homem muito atrapalhado.
Jacaré foi imediatamente procurar as renas, tal como o director pedira. Os nossos amigos, que o espiavam, foram ter com ele e, apanhando-o de surpresa, pediram-lhe explicações . Jacaré ficou admirado com a presença do Pai Natal e mostrando-se arrependido, confessou que roubara as renas, a pedido do director. É que este era também director da fábrica e naquela quadra natalícia precisava delas para transportar a mercadoria que produzia . Tinha-se distraído e pensava que alguém as tinha também roubado a ele e , agora, não sabia delas.
Depois das explicações, Jacaré, para se redimir, ofereceu o seu auxílio e assim todos percorreram as ruas da cidade mas … nada. Inconsoláveis, voltaram para a fábrica. Quando chegaram lá, ouviram uns barulhos esquisitos. Assustados, pegaram numa lanterna e ligaram-na. Afinal, era só o director a ressonar e, como não tinham encontrado as renas, pé ante pé, foram-se embora, porque recearam que ele acordasse e despedisse o Jacaré, quando soubesse que este não as encontrara .
Tristes e muito desiludidos voltaram às ruas da cidade sem saberem o que fazer. De repente, ouviram um som estridente. Olharam à sua volta e nada viram. Assustados, olharam para cima e um pequeno pássaro de olhos brilhantes disse-lhes que as renas tinham sido levadas por um feiticeiro que não gostava de crianças. E, sem renas não havia prendas de Natal.
O pássaro contou-lhes também que tinha um plano e convidou-os a ir com ele procurar os bons duendes que viviam na floresta.
Quando os encontraram, Jacaré explicou aos duendes o que acontecera e o pássaro, por sua vez, contou-lhes o seu plano. Descreveu-lhes o feiticeiro e os duendes prometeram ajudá-los. Estes pela descrição reconheceram-no logo, porque ele era o feiticeiro mais terrível e egoísta da floresta. Andava sempre metido em confusões.
Jacaré, o Pai Natal, os quatro amigos, o pássaro e os três duendes combinaram encontrar-se no dia seguinte, dia 24 de Dezembro, pelas 21 horas e 30 minutos no sítio onde morava o feiticeiro. A essa hora, ele andava na floresta a pregar partidas e a fazer maldades às pessoas.
Chegada a hora combinada, encontraram-se todos lá. Avistaram uma casa de aspecto sinistro e, como a porta estava aberta, entraram. Subiram umas escadas que foram dar a um sótão com cadeiras desmanteladas, pó e muitas teias de aranha. De repente, apareceu-lhes uma velhota. Tinha um cabelo! Ui! Parecia uma esfregona! E então as unhas, nem se fala ! Estas eram pretas e tinham um comprimento considerável. Todos ficaram assustados e admirados com tal figura. Um dos duendes, receoso, perguntou-lhe:
- Quem…é… a… se..nho..ra?
- Sou a dona desta casa – respondeu ela.
- Mas… quem mo…ra aqui não é o feiti…cei…ro Ambró…sio? – gaguejou o
duende.
- É, e eu sou a mãe dele. Mas o que querem vocês ao meu filhinho? – indagou a velhota.
- Nada. Não viu por aqui umas renas? - perguntou o Pai Natal.
- Por aqui só vi uns animais esquisitos. - e, apontando, perguntou - são estes animais que procuram?
-Milagre! Gritou o Jacaré.
-São mesmo estes!
- Obrigado, podemos levá-los? É que nós estamos um bocadinho com pressa – perguntou o Jacaré, tentando não dar bandeira.
-Podem. Eu lá preciso destas “geringonças” para alguma coisa! Mas com uma condição. Não digam ao meu filhinho que eu vos dei estes lobos, está bem?
- Está, mas eles não são lobos, são renas.
- Vai dar tudo ao mesmo…- resmungou a velhota. Mas os nossos amigos já não a ouviram.
O Pai Natal ficou tão, mas tão contente que até chorou de alegria. Não só por ter encontrado as suas preciosas renas, mas também por poder entregar os presentinhos às crianças, naquela noite especial.
Agradeceu ao grupo que o ajudara e despediu-se porque estava na hora de partir depois de uma tão grande aventura. Quando saiu de casa era meia-noite, mesmo a horas dos meninos poderem receber os seus esperados presentinhos.

Ah! Já nos esquecíamos de vos dizer que o Jacaré foi ter com o director e despediu-se, pois não queria continuar a trabalhar com tão desonesta criatura, mas logo arranjou emprego, pois foi contratado pelo Pai Natal como seu assistente.

Natal sonhado




Turma do 9º ano 2007/2008


Numa noite gelada de Dezembro, Orlando estava sozinho em casa, num bosque nos Pirinéus.
Orlando era o sétimo filho de um casal pobre. A mãe Teresa era pastora, o pai António era lenhador. Orlando vivia numa cabana de madeira construída pelo pai.
Este filho dedicado passava os dias a ajudar a mãe a cuidar do rebanho, na companhia do seu fiel amigo, Sebastião.
Orlando era um rapaz magro e esguio, tinha os cabelos castanhos e os olhos claros, a sua pele queimada e desidratada denunciava as longas horas passadas ao sol escaldante e ao vento agreste que se faziam sentir na montanha.
No silêncio da noite, Orlando observando, da janela do seu humilde quarto, o céu estrelado, imaginava como iria ser festejado o seu Natal.

De repente, nas estrelas que povoavam o céu escuro, o jovem rapaz viu a família reunida, muitos sorrisos, grandes coroas de azevinho e doçarias. Na sua casa, havia calor e luz, riso e alegria. Em frente da pequena lareira, havia uma mesa muito comprida com carne assada, bolos de mel e frutos secos.
O pai sentado num velho cadeirão, lia um conto de Natal, enquanto mãe e filhos terminavam o presépio. Tinham todos a felicidade estampada no rosto. Até o Sebastião estava junto dos seus donos.
Essas imagens alegraram o jovem Orlando que decidiu desenhá-las numa velha folha de papel, que escondeu debaixo da sua almofada.
No dia seguinte, quando acordou, observou carinhosamente o desenho que fizera na noite anterior e suspirou, mas tinha muito trabalho pela frente, por isso escondeu-o de novo e foi tratar das cabras, pois, nessa manhã, a sua mãe precisava de limpar a casa.

Enquanto fazia a cama de Orlando, Teresa deparou-se com o desenho do filho. Observou-o cuidadosamente. Um sentimento de grande tristeza invadiu-a e deixou-se cair na velha cama que pertencera aos filhos mais velhos. Como ela lamentava a vida que tinha para oferecer ao seu filho mais novo.
Quando chegou o marido, desabafou com ele e ambos ficaram muito desanimados, pois este Natal seria pior que os outros. A família não tinha dinheiro.
Os fortes nevões tinham impedido o pai de cortar lenha para vender, as cabras ainda eram muito novas para serem vendidas e os irmãos mais velhos não estariam presentes, visto que se encontravam a trabalhar na cidade que ficava muito distante de casa.
Os dias foram passando lentamente. Faltavam poucas horas para a consoada, quando se ouviu um barulho vindo da escuridão da noite gelada. Uma noite tão especial para todos os Homens de boa vontade.
Curioso, Orlando levantou-se de junto da lareira, onde pacatamente ouvia as histórias que o pai lhe contava, enquanto a mãe cuidava do singelo jantar. O jovem rapaz foi espreitar à janela, pareceu-lhe ver vultos que se iam aproximando. Não queria acreditar! Eram os seus irmãos que, saudosos, tinham preparado uma enorme surpresa. Vinham a casa festejar o Natal em família e traziam presentes e comida.
A casa encheu-se de cor e animação, todos estavam verdadeiramente felizes.
Orlando vivia o melhor Natal da sua vida, tinha conseguido o presente mais valioso que alguém lhe podia ter oferecido: a reunião da sua família.
Naquela humilde cabana estava de novo junta a melhor família do mundo, a mais rica, pois juntos partilhavam todo o amor e carinho que tinham no coração.
O sonho de Orlando tornara-se autêntico.



Mas que Pai Natal





A história que vos vou contar é nada mais nada menos, do que a história de um Pai Natal fora do normal.
Certo dia, um rapaz decidiu ser Pai Natal. Achava ele que essa “profissão” era boa, porque só se trabalhava na época natalícia. Então, decidiu procurar uma escola para estudar “ Painatalismo”, que era o estranho nome da disciplina que o ensinaria a ser Pai Natal e que só era leccionada numa escola, com o nome ETPSPNGM, ou seja, ensinamos-te a trabalhar pouco, a ser Pai Natal e a ganhar muito. Quando olhou para o nome da escola, um pensamento surgiu na sua cabeça:
- Eh, pá! É mesmo nesta escola onde eu quero estudar.
Só havia um problema, esse rapaz, chamado Pedro Pipoca, era o contrário de um Pai Natal normal. A sua aparência era muito radical, pois um Pai Natal normal não usa boné, piercings e também não usa as calças a cair. Já tiveram oportunidade de ver que o Pedro, no futuro, teria condições para ter qualquer tipo de profissão, mas ser Pai Natal não era de todo a “profissão” que combinava com o seu estilo. Além disso, faltavam-lhe as duas características mais importantes:
gostar de crianças; o Pedro não as podia ver à frente e gostar de dar presentes; ele era muito forreta.
Quando visitou a escola, constatou que esta era frequentada por homens com idade superior aos 50 anos, barrigudos e com uma barba enorme. Naquele momento sentiu-se inferiorizado, no entanto não desistiu.
Começaram as aulas e tudo corria bem, porque ele não copiava… só recolhia dados; não estragava o material… só testava a sua resistência.
O certo é que ele conseguiu obter resultados razoáveis e tirar o curso.
Chegada a altura de Natal, Pedro Pipoca, formado em “Painatalismo”, começou a pensar como seria o seu fato. Pensou muito… (até fez fumo) e chegou à conclusão que seria da seguinte forma: chapéu de cor branca com um pompom vermelho, fato encarnado às riscas brancas com cinto preto, luvas brancas, botas de cabedal preto por cima das calças e por fim o seu saco de prendas, com Pais Natal desenhados e com o seu nome artístico “ Pipoca”.
Já considerado Pai Natal era a admiração de uns e chacota de outros.
No primeiro ano, tudo correu mal: andava aos “biqueiros” aos duendes porque era muito alto e não os via; todas as crianças que se aproximavam dele saíam a chorar porque era um forreta e não lhes dava nada nem sequer um aperto de mão; quando chegavam os brinquedos, ele, em vez de os distribuir, estragava-os . Era um desastre e, por isso, o Natal teve de ser cancelado durante dois anos. Isto porque o nosso Pedro Pipoca tivera a infeliz ideia de escrever uma canção de natal. Durante meses esteve a pensar na letra…( mais uma vez um fumarada) que era assim:

Pai Natal, Pai Natal
Traz-me uma boneca
Não faz mal, não faz mal
Que seja careca.

Ao ouvirem esta música as pessoas ficavam horrorizadas, como se o mundo estivesse prestes a acabar. Em todos os jornais saía a notícia “Natal Acabado Por Causa de Pedro Pipoca, o Pai Natal mais “dread” do Mundo”.
Pedro estava tramado. “ Como irei eu safar-me desta”- pensava –“ estou feito, agora nem sou Pai Natal, nem tenho quem goste de mim.”
Pedro Pipoca, que tinha menos inteligência do que uma minhoca, tinha de arranjar rapidamente uma solução maravilhosa para que o Natal voltasse. Teve, então, uma ideia; decidiu espalhar cartazes que diziam: “Pedro Pipoca pede desculpa pela sua cabeça de bolota.”.Depois, encheu-se de coragem para enfrentar as famílias desapontadas, mas elas já não acreditavam nele. Pedro estava desesperado e não sabia o que fazer. Até que apareceu uma fadinha que lhe disse:
- Não te preocupes já sofreste o suficiente e já aprendeste a lição!
E ,então, espalhou pozinhos mágicos para que as pessoas voltassem a acreditar no Pedro Pipoca e para que voltasse a haver Natal.

Os alunos do 7º ano - 2007/2008

Conto de Natal

Turmas do 5º A,B,C,D,E,F - 2009/2010

Numa noite fria de Dezembro, um rapaz vagueava pelas ruas de uma aldeia transmontana. Chamava-se Guilherme e era um rapaz muito pobre. No entanto, ele era muito feliz, tinha muitos amigos e era muito esperto!
Durante o seu passeio pela aldeia encontrou, sentada junto à fonte do jardim, uma menina que chorava. Aproximou-se dela…Era a Maria! Que estranho! Uma menina tão rica, com pais tão importantes, donos de uma grande quinta com um belo solar…
Guilherme ajoelhou-se, fez-lhe uma carícia na face e perguntou-lhe:
¾ Que se passa? Porque choras tanto? Precisas de ajuda?
Maria ergueu a cabeça e, com os olhos a brilhar, respondeu:
-Quem me dera ser como tu, feliz e com uma família com quem passar o Natal.
Nesse momento começou a nevar…
Maria tremeu de frio e Guilherme, como era um bom amigo, ofereceu-lhe o casaco para ela se agasalhar.
¾ Está muito frio! Queres ir a casa da minha avó Joana, beber um chá de tília e conversar um bocadinho? Estou preocupado contigo…
¾ Sim, gostava muito. Preciso de falar com alguém sobre o meu problema.
Quando chegaram a casa da avó Joana, tinham um chá quentinho e bolinhos de mel. Maria sentiu-se encantada e reconfortada… no ar, pairava um cheirinho a flor de tília e o seu coração já não lhe cabia no peito.
Finalmente, Guilherme olhou-a nos olhos e perguntou-lhe:
¾ Maria, queres desabafar, agora?
Fez-se um silêncio inquietante e Maria começou a falar.
¾ Sabes, estou a viver um drama dentro daquelas paredes em que vivo. Há bastante tempo que os meus pais, em vez de falar, discutem. Cada dia que se passa a situação piora. Resmungam por tudo e nada. Vivo num ambiente infernal e, quando falo a um ou a outro, não têm paciência sequer para me ouvir. Sinto-me muito infeliz e se insisto castigam-me trancando-me no quarto.
Ontem, durante mais uma das suas discussões, ouvi, porque estava escondida debaixo da secretária do escritório, uma coisa que me deixou muito, muito triste: a minha mãe disse ao meu pai que não conseguia viver neste ambiente, que tinha de pensar na minha felicidade e que, portanto tinha decidido separar-se.
É este o meu problema. Estou muito triste porque, para além de perder o aconchego de uma família, ainda vou viver o próximo Natal numa tristeza sem fim, sozinha, com a minha mãe, naquele enorme casarão…
Guilherme olhou para o chão sem saber o que dizer. Era um problema tão complicado… quem o podia resolver? E se pedissem ajuda à avó Joana? Era uma pessoa bondosa, que já tinha vivido muito e a vida tinha tornado sábia.
¾ É realmente um problema muito difícil ¾ disse a avó, com uma voz calma e pensativa ¾ muito difícil de resolver, eu sei porque passei o mesmo com o teu avó, sabes, Guilherme?... Só um milagre… às vezes só um milagre traz um final feliz a estes casos.
¾ Sim ¾ balbuciou Maria ¾ e se acontecesse um milagre?!..., sim um milagre?!… e como estamos num tempo de tanta fé… talvez pedindo ao Pai Natal…
E lá foi Maria para casa a pensar na carta que iria escrever ao Pai Natal, fosse quem fosse esse bom velhinho. Pediria uma prenda, só uma prenda: paz e harmonia para a sua família.
Os milagres acontecem, pelo menos para quem acredita neles.
Será que Maria vai ter um milagre?
5ºA,B,C,D,E,F
2009/2010

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